Sol da meia noite e a noite do meio dia
A proximidade com o Círculo Polar Ártico faz com que a incidência da luz solar varie muito por estações. Em qualquer extremo norte do mundo, como na Finlândia, Noruega e Rússia, o fenômeno é bastante comum. O escritor russo Dostoievsky (que vivia em São Petersburgo) imortalizou os dias e mais noites de sol em seu romance “Noites Brancas”. O verão islandês, mais especificamente em junho, principalmente no norte do país, tem 24 horas de sol. Ele se põe rapidamente, mas não atinge a linha do horizonte. O “sol da meia noite”, como é conhecido, pode pirar qualquer turista. Mas os islandeses já se acostumaram e não pense você que eles passam noites e mais noites tomando sol. A rotina, apesar de mais quente, é absolutamente normal. Já no inverno, as noites em dezembro podem durar quase 20 horas. Entre março e setembro, quando lá estivemos, os dias e as noites tem praticamente a mesma duração: amanhece lá pelas 6h e anoitece às 19h. Uma época ótima para viajar, já que desembarcar no auge do inverno traz consigo um grande problema: você terá pouquíssimas horas de luz para aproveitar a paisagem.
Vikings: cavalos, peles e cerveja
Assim como em outros países da Escandinávia, a venda de peles de animais é feita de maneira livre, leve e solta em lojas e feiras das cidades. É muito comum tapetes, estofados, casacos e demais acessórios que enlouqueceriam qualquer vegano ou militante do PETA. Não sei ao certo se o costume é pelo frio, que é tanto, mas tanto, que não há lã nem tecidos sintéticos que suportem os ventos polares. Ou se é apenas uma questão de estética ou de herança dos vikings, que fabricavam suas roupas a partir dos bichanos. A casa que alugamos em Hvolsvöllur estava cheia delas. E o Rodrigo, do blog Casa Aberta, que esteve na viagem com a gente, mostrou.
Falando dos vikings e animais, outra herança presente em todo o país são seus simpáticos cavalos, que compõem a paisagem pelas fazendas nas estradas. Muitas delas estão abandonadas. O islandês tem uma relação muito forte com estes animais. Na neve ou no verão, eles sempre estão ali, em grupos, pastando ou ajudando em alguma atividade dentro da fazenda. Diferentes do convencional, os cavalos islandeses são menores (às vezes quase pôneis), peludíssimos e vivem muito mais tempo (tem a história de uma égua islandesa que viveu 67 anos). Desde a Idade Média, quando a peste negra assolou a Europa, está proibido levar ou importar outros tipos de cavalos para a região. É desta forma, puros e no espírito just between us, que a descendência é preservada. Associações buscam sua preservação, corridas acontecem regularmente e sua carne compõe o cardápio típico do país.
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